Você já pensou: “Acho que já estou bem, não tenho mais sintomas, vou parar a medicação”? Essa decisão pode parecer inofensiva, mas, na realidade, pode causar mais malefícios do que benefícios.

Pense na seguinte situação: você está com dor de garganta, vai ao médico e recebe o diagnóstico de amigdalite bacteriana. O tratamento prescrito inclui um antibiótico por 10 dias. Porém, após cinco dias, você percebe que os sintomas desapareceram e decide interromper o uso do remédio.

O problema? Parar um antibiótico antes do tempo certo elimina apenas parte das bactérias. As que sobrevivem se tornam mais resistentes, e, quando surgir uma nova infecção, será necessário um medicamento mais forte. Com o tempo, isso pode levar a infecções mais difíceis de tratar.

Agora, imagine que seu cérebro passa por algo semelhante quando o uso de psicotrópicos (
medicamentos para tratar condições como depressão, ansiedade e insônia) é interrompido de forma irregular. Essas medicações precisam de tempo e constância para equilibrar a química cerebral. Se forem tomadas de maneira inconsistente, o efeito acumulado se perde e, assim como as bactérias que resistem a um antibiótico mal utilizado, os sintomas podem voltar ainda mais intensos, exigindo doses maiores ou até outra medicação.


Seja um antibiótico ou um psicotrópico, seguir o tratamento corretamente faz toda a diferença. Parar pela metade não só pode ser ineficaz, mas também tornar o problema ainda mais difícil de resolver no futuro.

Por isso, se você usa um psicotrópico, siga sempre as orientações médicas. Nunca interrompa o tratamento por conta própria—assim como um antibiótico mal utilizado pode fortalecer bactérias, interromper um psicotrópico pode tornar os sintomas mais difíceis de controlar.

Se você precisa de apoio e acolhimento no acompanhamento da sua saúde emocional, pode contar comigo.